Universos em Expansão…

O trabalho de intérprete do violonista Daniel Murray está profundamente ligado à criação. Pudera. Ele próprio é compositor, cuja obra está documentada
em discos como o impactante Autoral, em que ele sintetiza e reinventa de modo bastante pessoal a riqueza de influências e referências de sua trajetória. Já em Universos em expansão... ele combina obras suas (os cinco Entremeios) com a de grandes autores brasileiros contemporâneos. Estão presentes José Augusto Mannis e Estudo para M. D.; Aylton Escobar e sua Água-forte; Flo Menezes e Stream from Outer Space; Prelúdio de Eli-Eri Moura; e Madrigal de Marcus Siqueira. Não é exagero dizer que o violão brasileiro, nos últimos tempos, tem reivindicado de volta para si o papel de protagonista na música de criação do cenário brasileiro. Trabalhos como esse, que assumem a riqueza da tradição, ao mesmo tempo que se abrem para o novo, sem preconceitos ou patrulhas estéticas, são prova disso, reafirmando a riqueza expressiva com a qual o violão pode contribuir para a nova música nacional. Ainda mais pelas mãos de um intérprete envolvido e que não parece conhecer limitações técnicas, como Daniel Murray.