Mendelssohn Fantasies, Caprices, Variations

O nome da pianista sul-coreana Shihyun Lee está ligado ao do compositor Felix Mendelssohn. Em 2018, aos 27 anos, ela venceu o Concurso Felix Mendelssohn Bartholdy, para o qual as escolas de música alemãs podem indicar apenas um candidato cada. Pouco depois, sua estreia com orquestra, na Konzerthaus de Berlim, se deu com o Concerto para piano nº 1 do autor, de quem ela escolheu a Sonata para piano nº 3 para abrir seu primeiro disco. O interesse por Mendelssohn, ela explicou em uma entrevista, é parte de um interesse mais amplo, o de se especializar na linguagem pianística do século XIX. É um momento, claro, extremamente importante para o instrumento, em que avanços técnicos na construção se aliavam a novas possibilidades expressivas exploradas por diferentes compositores. Shihyun Lee logra com sua gravação mostrar que Mendelssohn também tem papel importante nesse processo. Se sua música de câmara é celebrada como marco do período, o mesmo pode ser dito de obras para piano solo, como o conjunto das Três fantasias op. 16 ou a Fantasia op. 28, escrita quando Mendelssohn tinha apenas 21 anos e, ainda assim, testemunho de sua habilidade em criar ambientes e coloridos sonoros bastante especiais, inspirados, nesse caso, no folclore escocês.