Mendelssohn: Piano Works

Foi com seu professor e mentor, Walter Ryan, que o pianista Christopher Williams, hoje mestre na Universidade de Cardiff, aprendeu o valor do estudo e da performance de obras de compositores negligenciados, como Carl Reinecke, Anton Rubinstein ou Semyon Barmotin. Não se pode dizer, obviamente, que o mundo musical tenha negligenciado Felix Mendelssohn. Mas, ao se dedicar ao autor, Williams resolveu se debruçar sobre peças pouco conhecidas, raridades em muitos casos recém-descobertas, as quais pertencem ao início da carreira do compositor. A alma do disco está nas duas primeiras sonatas, escritas na juventude – e fascinantes pela forma como revelam o humor e o domínio dos coloridos do instrumento que Mendelssohn já dominava. São peças que evocam, sim, a influência de autores como Beethoven, mas já reivindicam uma linguagem pessoal que se desenvolvia rapidamente. Da mesma forma, a seleção de Canções sem palavras mostra a imaginação poética de Mendelssohn, fazendo o instrumento cantar – e a obviedade aqui se justifica, basta ouvir como Williams explora cores das mais diversas, criando versos na forma de sons. Completam o álbum peças como Wie die Zeit läuft! (Como o tempo voa!) ou Bärentanz (Dança do urso).

Recent scholarship has brought numerous compositions by the excessively self-critical Mendelssohn into print and has ensured more accurate compositional dates for them. Many of these rare and little-known examples are encountered on this album. The title Lieder ohne Worte (‘Songs without Words’) may have mystified some contemporaries but their refinement and beauty are obvious as is their wide emotional range. The two youthful sonatas are astonishingly mature, even in the allusions to Beethoven. Mendelssohn’s humour and quirkiness can also be heard in this vibrant selection of seldom encountered piano pieces.