Impressions Parisiennes

A lista de compositores selecionados pelos músicos do Quarteto Van Kuijk para seu novo disco oferece um panorama da música francesa da virada do século XIX para o século XX. É um período fascinante, de descobertas musicais à luz de um novo tempo que se desenhava e que aqui se revela a partir de novos olhares. Os músicos do grupo, que já gravou os quartetos de Debussy e Ravel em um registro elogiado pela crítica, trabalham com arranjos, transcrições e versões de peças escritas para diferentes formações. É o caso de Pavane por une infante defunte, de Ravel; de canções como Après un rêve, de Fauré; Les chemins de l’amour, de Poulenc; ou de Petite suíte para piano a quatro mãos de Debussy. As obras renascem por meio da sonoridade profunda do quarteto de cordas, permitindo uma audição repleta de frescor e novidade. Mas o Van Kuijk foi além. O conjunto encomendou ao pianista de jazz e compositor Baptiste Trotignon peças em que ele homenageia, de maneira livre e inspirada, os autores do disco – e essa homenagem em forma de música torna ainda mais evidente a maneira como o período se inseriu no imaginário da cultura francesa e dos amantes da música de concerto.

Having recorded the 'great' French quartets of Debussy and Ravel (ALPHA295), the Van Kuijk Quartet now takes another path and explores treasures by Faure, Debussy, Satie, Ravel and Poulenc that were originally composed for piano or voice. The mark of the string quartet is secretly apparent in this programme, which includes Debussy's Petite Suite pour piano a quatre mains, Ravel's famous Pavane pour une infante defunte and well-known songs by Poulenc, Faure and Satie in transcriptions made especially for this recording by Emmanuel Francois, the Quartet's violist, and by Jean-Christophe Masson and Gildas Guillon. The Quartet also asked the jazz pianist and composer Baptiste Trotignon to create a work that would freely resonate alongside the styles of the composers whose works had been transcribed. An entire universe has now been re-created without any nostalgia or pastiche behind the first names of these composers, Ces Messieurs. The Van Kuijks have woven their instruments in and around these miniatures and here unfold a programme that is all lightness and delight.