Aberturas e impasses

Discutir a pertinência do conceito de pós-modernismo nas reflexões sobre a música erudita contemporânea é o objetivo de Paulo de Tarso Salles neste estudo. Ele refuta o termo tanto como adesão estética ou definição estilística quanto como um olhar crítico exterior a uma "manifestação exacerbada da cultura de massas", por considerar tais definições insatisfatórias. Utilizando-se de reflexão teórica e pesquisa histórica, Tarso Salles debruça-se sobre a música erudita brasileira e compara os discursos com a produção musical de autores como Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, H.J. Koellreutter e Marlos Nobre. A partir deste panorama crítico o autor nos mostra como processos antropológicos e sociais do Brasil estariam relacionados com as estruturas musicais das composições escritas nesta época. Assim, o projeto de modernização do país no âmbito sócio-político e a busca obstinada pelo folclore na música erudita não seriam mera coincidência. Neste rigoroso e instigante trabalho, Paulo de Tarso Salles, compositor, professor e violonista, dá uma importante contribuição para os estudos sobre música contemporânea e brasileira. Atualmente desenvolve também estudos sobre processos composicionais de Villa-Lobos.