Stella di Napoli

Durante boa parte do século XX, a percepção que se teve da ópera italiana se limitou a grandes títulos de autores como Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini, com ocasionais paradas em um pequeno punhado de obras de Rossini ou Donizetti. A partir dos anos 1970, no entanto, uma série de outros autores ganharam vida. Como explicar o fenômeno? De um lado, o maior interesse pela pesquisa musicológica. De outro, o talento de artistas para nos mostrar esses repertórios desconhecidos. Essas duas características – a pesquisa histórica e uma voz que sem dúvida é uma das maiores de nosso tempo – se juntam no disco Stella di Napoli, da mezzo soprano norte-americana Joyce DiDonato, que neste mês se apresenta no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O repertório do álbum é formado por obras de autores pouco interpretados, como Mercadante, Carafa e Pacini, e por árias que revelam novas facetas de compositores como Bellini, Rossini e Donizetti. Técnica, timbre, inteligência musical – a arte de DiDonato está em seu auge, ainda mais quando acompanhada por um maestro sensível como Riccardo Minasi.