Quase um século – imagens da memória

Rodolfo Nanni (1924) pode ser considerado um cineasta histórico entre os criadores brasileiros ainda em atividade. Antes de se dedicar à carreira cinematográfica, estudou desenho e pintura e conviveu com importantes figuras do modernismo, como Victor Brecheret, de quem era primo, e os demais protagonistas da Semana de 1922. FOi aluno de Anita Malfatti, Axl Leskoschek, Arpad Zsenes e teve como colegas Carlos Scliar, Otávio Araujo e Mário Gruber. Realizou seus estudos de cinema no Institut des Études CInématographiques (IDHEC), em Paris, onde participou da Associação Latino-Americana, ao lado de Jorge Amado, Pablo Neruda e Nicolas Guilén. Na Itália, teve uma importante ligação com o grupo do neorrealismo, dentreos quais, Rosselini, Zavattini e Sergio Amidei, além de contatos com personalidades como Visconti, Bertolucci e Pasolini. Dirigiu o primeiro filme brasileiro para o público infantil, O Saci ((1953-1954) e um dos primeiros documentários sociais sobre a questão das secas no Nordeste, O Drama das Secas (1958-1959) tema retomado , cinquenta anos depois , em O retorno. Realizou filmes documentários sobre arte e urbanismo e produziu filmes de ficção, a maior parte deles, premiados. Dedicou-se ao ensino de cinema, por mais de trinta anos,fez e faz parte de entidades da categoria, visando ao desenvolvimento do cinema brasileiro.