Mosaico Brasileiro

Criada em 2002 pelo médico e maestro Samir Wady Rahme, a Orquestra do Limiar elegeu desde o início um foco para o seu trabalho: divulgar a música brasileira para orquestra de cordas, unindo a releitura de peças consagradas do repertório com encomendas de novas obras. E é essa mistura que forma o mosaico do título do CD que o grupo acaba de lançar. De Clóvis Pereira, eles interpretam Velame, que flerta com os ritmos nordestinos - assim como o Momento nordestino nº 1 de Beetholven Cunha, escrito para violino e orquestra. Edmundo Villani-Côrtes, por sua vez, aparece no disco com a Congada, parte das Três impressões afro-brasileiras, e Ernani Aguiar, com Noturno, peça carregada de lirismo, assim como O vergel, de Marcos Scheffel, e Miguilim, do próprio Rahme. Limiar, de Liduíno Pitombeira, obra de caráter mais experimental, revela a versatilidade da orquestra, que encerra o álbum com a célebre Odeon, de Ernesto Nazareth. Apostando em correntes estéticas diversas, o disco faz, com interpretações de qualidade, um rico retrato de parte da composição das últimas décadas no Brasil.