Despertar: Chrystian Dozza

O violão tem sido suporte, nos últimos anos, para alguns dos principais trabalhos autorais da música brasileira. E o novo disco de Chrystian Dozza se une a essa lista de criações que revelam a vitalidade do instrumento no cenário atual. Dozza integra o quarteto Quaternaglia e o Trio Opus 12, importantes conjuntos brasileiros dedicados ao violão e com repercussão internacional. Essa trajetória o tem colocado em contato com os principais compositores clássicos e também com um repertório que torna tênue a linha que separa o erudito do popular. E é a diversidade de influências que se percebe nas dez faixas deste álbum, traduzidas por um idioma bastante pessoal criado pelo compositor e intérprete – um idioma que estabelece ambientes específicos a cada obra, como em Baião de dois ou Despertar, e ao mesmo tempo estabelece uma ligação entre todas as peças. No encarte do disco, o crítico – e colega de Dozza no Quaternaglia – Sidney Molina fala em escrita idiomática, em unidade poética e em sensibilidade interpretativa. São três qualidade que nem sempre são fáceis de achar – ainda mais dessa forma, juntas, tornando este trabalho muito especial.