Entre Orient e Occident

As músicas do Ocidente e do Oriente possuem características marcantes e distintas, entre o foco na polifonia e na monofonia e no ritmo. Isso não quer dizer, no entanto, que não tenha havido diálogo entre ambas as culturas. Pelo contrário. Ao longo da história da música ocidental, esse interesse não apenas existe, como assume diferentes formas. No barroco e no classicismo, por exemplo, o olhar se pauta pelo exotismo. Já no romantismo, o surgimento das escolas nacionais europeias leva a uma curiosidade com relação a outras culturas, o que se traduz, no século XX, pela difusão da etnomusicologia. Para mostrar parte dessa longa relação, o violinista Virgil Boutellis-Taft e o pianista Guillaume Vincent, ex-colegas de Conservatório de Paris e hoje solistas em alta demanda, selecionaram um período de cem anos: entre 1896 e 1986. Eles começam com Komitas, compositor armênio do final do século XIX, e chegam ao francês Philippe Hersant, passando por Debussy (Sonata para violino), Janácek (Sonata) e Bartók (Danses roumaines). Uma jornada cultural fascinante em defesa, acima de tudo, do diálogo – e não apenas musical.