Dvorak: String Quintet Op. 97 & String Sextet Op48

Na trajetória do compositor tcheco Antonin Dvorák, houve um momento de dúvida: uma obra musical deveria refletir a herança cultural da terra de seu autor ou apropriar-se da linguagem universal dos grandes mestres da tradição europeia? Encontrar resposta a essa pergunta não foi tarefa fácil, e a busca por ela levou Dvorák a viajar para Viena, onde conheceu Brahms e teve bastante contato com o meio musical da segunda metade do século XIX. Eventualmente, porém, ele chegaria à conclusão de que, no fundo, não era preciso escolher. E essa tentativa de união de diferentes mundos fica evidente em uma peça como o Sexteto de cordas, cujo lirismo ganha cores fascinantes pela interpretação do Jerusalem Quartet, que acaba de completar 20 anos de atividade. O disco traz ainda o Quinteto, que nos leva a outro tempo e outro espaço da vida de Dvorák: escrito em 1893, pertence ao momento em que o compositor havia se mudado para Nova York, onde dirigiu o conservatório local e escreveria algumas de suas principais peças, como o Quarteto e a Sinfonia nº 9.