Paganini – Schubert

Vencedora dos principais prêmios da crítica europeia nos últimos anos, a violinista Vilde Frang é um nome importante da nova geração de seu instrumento. E seu novo disco mostra os motivos. Não se trata apenas da técnica e da musicalidade, exemplares, mas também da curiosidade ao montar seus repertórios. Tudo começou com o desejo de unir duas personalidades marcantes e, ainda assim, bastante distintas da música do século XIX: de um lado, o grande e célebre virtuose Niccolo Paganini; de outro, o “gênio modesto”, nem sempre reconhecido em vida, Franz Schubert. A partir daí, ela constrói uma narrativa musical empolgante, que não se limita aos dois autores, mas que se torna ainda mais ampla ao mostrar como ambos influenciaram outros autores. Assim, leituras ricas do Cantabile de Paganini ou da Fantasia D 934 de Schubert são colocadas ao lado da versão de Heinrich Ernst para a canção Der Erlkönig; ou das Soirées de Vienna, valsa que Liszt escreveu a partir das Valsas nobres e sentimentais de Schubert. Um disco sobre dois autores, mas também sobre o mundo em que viveram. Fascinante.