Brahms: Complete Liebeslieder Walzer, Op. 52 & 65

Há muita especulação em torno do que inspirou Brahms na composição dos dois ciclos de canções corais batizados de Liebeslieder Waltzes e publicados como op. 52 e op. 65. As peças, escritas com acompanhamento de piano a quatro mãos, foram inspiradas por Polydora, coleção de poemas e textos folclóricos reunidos por Georg Friedrich Daumer. Para alguns autores, o tema oculto seria a paixão esconsidade de Brahms pela pianista Clara Schumann. Para outros, o diálogo se dá com Schubert e seu cancioneiro. Talvez nunca saibamos ao certo. Mas o fato é que as canções carregam uma profunda riqueza de coloridos, que nasce da relação entre texto e música e da sofisticação aparentemente simples presente na combinação das vozes com as possibilidades expressivas do piano a quatro mãos. Isso fica evidente quando as obras são interpretadas por um conjunto como o Rias Kammerchor Berlin e seu atual diretor artístico, o maestro britânico Justin Doyle. A trajetória do grupo remonta aos anos 1940 e, nas últimas décadas, ele foi regido por mestres como Nikolaus Harnoncourt, René Jacobs e John Eliot Gardiner, o que propiciou refinamento e sensibilidade no modo de se aproximar de diferentes repertórios, da música de Bach a autores dos séculos XX e XXI. E, entre eles, do século XIX, criando interpretações de referências como neste precioso álbum.