Accents

Accents é, em muitos sentidos, o manifesto artístico do Ensemble K, orquestra baseada em Paris, recém-criada pela maestrina brasileira Simone Menezes. Os músicos que a compõem vêm de diferentes países e culturas. E o repertório do conjunto se dedica tanto à música nova quanto à produção da música clássica de fora da Europa central, mostrando como a tradição se transformou por meio da obra de compositores como Heitor Villa-Lobos, Aaron Copland e Alexander Borodin. Além disso, a diversidade cultural dos músicos permite que, entre eles, se estabeleça uma troca de informações sobre o “sotaque” de cada autor – os “accents” que dão título ao álbum. A proposta parece ter dado certo. Basta ouvir a leitura dos Choros nº 5, de Villa-Lobos, ou as Danças polovitsianas, de Borodin, em versões para orquestra de câmara; a leitura idiomática de Appalachian Spring, de Copland; ou então Histoire sans paroles, obra recente da compositora parisiense de Sophie Lacaze. Boas notícias: uma artista brasileira de talento, um novo grupo com uma nova proposta – e um disco marcante.

K, a multicultural orchestra under the direction of the Italian-Brazilian conductor Simone Menezes, is bringing out its first album. Born out of the awareness that classical music was exported throughout the world and took on multiple influences in the last century, K’s project seeks to find the original accents of the works it performs. Their goal: to tell each story in its original language.