Brahms

Em 1967, o pianista Nelson Freire fez na Europa sua primeira gravação. A peça escolhida? A Sonata nº 3 de Brahms, obra que, cinquenta anos mais tarde, abre seu novo disco solo. O álbum não olha, no entanto, para trás – é, antes, mais um símbolo do momento especial que vive o artista brasileiro, com concertos e recitais em todo o mundo e uma carreira discográfica que levou a sua redescoberta como um dos artistas mais fascinantes do piano contemporâneo, com um toque marcado não apenas pela solidez de quem conhece bem o repertório, mas, mais importante, é capaz de recriá-lo com uma imaginação musical que parece sem limites. Essa qualidade já ficara clara na gravação, com o maestro Riccardo Chailly, dos dois concertos para piano e orquestra do compositor, e se renova, além da sonata, nas outras obras do CD, como os Intermezzos, a Balada nº 3 op. 118 e as Peças para piano op. 119, representantes de diversos momentos da carreira do compositor, o que explicita o refinamento de sua escrita.