Elgar & Adès: Violin Concertos

Em 1905, o violinista Fritz Kreisler deu uma entrevista a um jornal inglês e não poupou elogios à música de Edward Elgar. “Coloco-o em pé de igualdade com meus ídolos, Beethoven e Brahms. S invenção, sua orquestração, sua harmonia, sua grandeza, tudo é maravilhoso. E é tudo música pura, sem afetação. Gostaria que Elgar escrevesse algo para violino.” Dito e feito. Em 1910, com Kreisler como solista e o autor como maestro, estrearia o Concerto para violino do compositor inglês. A peça ficou fora do repertório por muito tempo, eclipsada pelo Concerto para violoncelo. Mas eventualmente entrou para o repertório dos grandes instrumentistas, como Christian Tetzlaff, que oferece neste disco uma leitura, nos andamentos e nas escolhas expressivas, profundamente original. O violinista tem ao lado os excelentes músicos da BBC Philharmonic Orchestra e o maestro John Storgards, com quem registra também o Concerto para violino de Thomas Adès, escrito em 2005. É uma peça vertiginosa no modo como alia senso teatral e um sentimento que já foi definido como de “devastação”, permitindo ao violinista explorar todas as possibilidades expressivas do instrumento – o que Tetzlaff faz sempre com maestria e profundidade.

Star-violinist Christian Tetzlaff, the BBC Philharmonic Orchestra and conductor John Storgårds present in this album two major British violin concertos written between a century, in 1910 and 2005. Elgar’s passionate violin concerto, completed in 1910, is a classical-romantic violin concerto in three movements. This huge and highly emotional work was in the wake of modernism neglected for several decades before entering into standard concerto repertoire. Here Christian Tetzlaff follows the model of the early recordings of Elgar’s concerto with substantially quicker tempos compared to most modern recordings, and having a great influence on the impact of the piece. Adès’ violin concerto ‘Concentric Paths’, is already a modern classic and no doubt one of the most important concertos written during this century. With its very demanding violin part the work has all the elements of a true concerto, allowing the soloist to sing with his instrument. The beauty of this music lies that everything is written so clearly.