Fauré: Nocturnes & Barcarolles

A lista de compositores com quem a pianista Aline Piboule já trabalhou – Henri Dutilleux, Rodion Shchedrin, Hugues Dufourt, György Ligeti – atesta sua importância como intérprete no cenário atual, mas contam apenas parte da história de uma carreira marcada pela curiosidade e pelo fascínio pela criação musical em seu espectro mais amplo. E é por isso que vale a pena conhecer a viagem que ela propõe em seu novo trabalho, dedicado a peças de Gabriel Fauré. O compositor ficou especialmente conhecido por sua música de câmara, mas, dentro desse repertório, há vários mundos a ser observados. É o que Piboule nos revela a partir da interpretação de noturnos e barcarolas. A começar pela escolha das peças. A Barcarolle nº 3, que abre o disco, é de 1885; o Noturno nº 13, que o encerra, é de 1921. Quase trinta anos separam as duas, e, entre elas, Piboule toca Barcarolas nº 4, nº 9 e nº 13 e Noturnos nº 5 e nº 12. Não são apenas obras que revelam a inventividade do compositor; elas também mostram como sua linguagem musical se transformou, de uma escrita influenciada por Chopin e Schumann a uma maturidade repleta de ousadias. Tudo isso se torna ainda mais interessante pela utilização de um piano Gaveau de 1929, que nos mergulha na sonoridade do início do século XX.

The Nocturnes and Barcarolles are key works in Fauré’s output for solo piano that reflect his stylistic evolution. From his early efforts, still close to Chopin and Schumann, to the final pieces with their heady yet elusive harmonies, Aline Piboule invites us to rediscover a whole world of sound on a sublime Gaveau instrument of 1929.