Fauré: Orchestral Works

O compositor francês Gabriel Fauré, de quem o mundo musical lembra em 2024 os cem anos de morte, entrou para a história como celebrado autor de canções e de música de câmara. De fato, sua produção nos dois gêneros seria suficiente para garantir seu lugar na criação da passagem do século XIX para o século XX. Mas a efeméride tem servido para uma redescoberta mais ampla de sua música, com olhar para a escrita orquestral além de seu Réquiem e de Pelléas et Mélisande. Nesse sentido, é muito bem-vinda a gravação de seu Concerto para violino. A peça foi escrita em 1879 e está envolta em algum mistério: mesmo dizendo a amigos que estava feliz com o progresso na composição, Fauré abandonaria a obra, que ficou com apenas dois movimentos, dos quais apenas o primeiro sobreviveu. O motivo? Difícil saber, em especial quando se ouve a interpretação do violinista Pierre Fouchenneret, que revela a riqueza do olhar camerístico na construção da música orquestral. Além disso, o álbum traz arranjos para orquestra de peças de câmara, como a Élegie (com o violoncelo de Martin Johnson como solista) e a Fantasia op. 79 (com a flautista Catriona Ryan). É Fauré entre dois mundos, interpretado por músicos de exceção.