Galope

No encarte do disco, o violonista Sergio Assad chama atenção para um aspecto importante. “O violão brasileiro amadureceu muito nos últimos vinte ou trinta anos, ganhou novas cores, novos intérpretes e criadores”, diz. “Podemos afirmar categoricamente, hoje, que o violão exprime o que de melhor há na música instrumental brasileira”, completa. Isso se dá pelo trabalho de uma série de intérpretes, caso dos violonistas Chico Saraiva e Daniel Murray. Os dois aliam o trabalho de interpretação do repertório à criação, e essa combinação define com força a personalidade musical deles. Não por acaso os dois se uniram em um duo para registrar este disco, que tem produção de um mestre do instrumento, Paulo Bellinati, e conta com composições de Saraiva, com exceção de duas faixas: Veleiros, de Villa-Lobos, e Di menor, de Guinga e Celso Viáfora. As peças apresentadas assinalam uma marca importante desse “renascimento” do violão a que se refere Sergio Assad: estabelecem a releitura dos principais gêneros tradicionais da história de nossa música, como o samba, o baião, a valsa, a modinha ou o choro, sem jamais deixar de olhar para frente, para o novo.