Geraldine Mucha: Chamber Music

Gravação de estreia mundial, revivendo a voz individual e a habilidade da pouco conhecida compositora inglêsa-tcheca.

Nascida em Londres em 1917, Geraldine Mucha aprendeu a ler música antes das palavras; seu pai escocês, Marcus Thomson, lecionou na Royal Academy of Music. Aos 18 anos, iniciou aí seus estudos e, em 1941, conheceu seu futuro marido, Jan Mucha, um correspondente de guerra tcheco exilado, filho do artista Alphonse Mucha. Eles se estabeleceram em sua cidade natal, Praga, no final da guerra, mas Geraldine fugiu do regime comunista para a Escócia após a invasão de Praga em 1968 e retornou somente após a queda do comunismo em 1989. Jan morreu em 1991, mas Geraldine viveu até 2012, deixando um considerável repertório de música instrumental e que só agora está sendo redescoberto.

Apenas um outro disco da obra de Mucha está disponível, dedicado à sua música orquestral. Este álbum recém-disponível, editado em Praga em 2015, começa com o "First String Quartet", que ela escreveu em 1944 como recém-formada na Royal Academy of Music; trata-se de uma obra compacta e bem argumentada, influenciada pelo ritmos de origem folclórica de Janácek e Bartók. Segue-se uma coleção de sete obras para piano, incluindo sua peça mais extensa para o instrumento, um conjunto de variações de uma "Antiga Canção Escocesa".
O segundo quarteto de cordas de movimento único, escrito em 1970, começa com um lamento agudo com sotaque escocês: tenso e conciso, tanto escondendo quanto dizendo muito em um curto espaço de tempo. "The Wind Quintet" é uma obra tardia, de 1998, ainda elegíaca em humor, mas agora equilibrada pelo tipo de fluxo e dinâmica dançantes que o colocam na tradição das obras de wind-ensemble de Mozart a Poulenc.

Este álbum cuidadosamente programado termina com o "Epitáfio para oboé e quinteto de cordas" que ela compôs em 1991 em memória de seu falecido marido.
Em um momento em que a música das compositoras do passado está finalmente recebendo o devido reconhecimento, este álbum dedicado a Geraldine Mucha merece a atenção de todos que buscam novos mundos expressivos.