Haydn: The Seasons

“Com As estações, estreada no fim da vida, em 1801, Haydn abandonou a etiqueta da corte em favor de uma expressão crua sobre as alegrias e as tristezas da existência e as cores caleidoscópicas do mundo natural que os cercava”, escreve o especialista em música antiga Aaron Keebaugh. Essas palavras tornam-se particularmente verdadeiras quando ouvimos a nova gravação da peça, comandada pelo maestro Jordi Savall, à frente dos grupos La Capella Nacional de Catalunya e Les Concert des Nations. A leitura dos músicos explora todos esses contrastes em uma profusão de cores que parece não ter fim, com os artistas rompendo limites da imaginação. Para quem conhece o trabalho de Savall, talvez não surpreenda, tendo em vista a energia com a qual interpreta não apenas o repertório antigo, como também, mais recentemente, a obra de autores como Beethoven, Schumann e Schubert, sempre com algo novo a dizer. De todo modo, seu registro de As estações coloca-se como marco não só na carreira do maestro, mas na tradição da interpretação da música de Haydn. É um feito e tanto.

In his new album, Jordi Savall, undisputed master of ear­ly music, reveals a new interpretation of Haydn’s Seasons. With an approach that respects tradition while injecting his own unique signature, Savall breathes new life into this masterpiece. His use of period instruments and his acute sense of detail offer a freshness and emotional depth never heard before. At once timeless and innovative, this album immerses the listener in the very essence of nature and the seasons, capturing the beauty and richness of Haydn’s work with a rare intensity. An experience not to be missed.