Louis Vierne: Complete Piano Works 2

A vida de Louis Vierne foi bastante dramática. Nasceu em 1870 quase cego, aos seis anos de idade fez uma cirurgia e passou a reconhecer formas, pessoas e ler letras grandes. Se casou em 1899 e teve três filhos, o divórcio ocorreu em 1909. Na segunda guerra mundial perdeu seu filho mais velho, que se suicidou, e seu irmão em um ataque de bomba. Apesar de uma biografia trágica, desenvolveu brilhante carreira na música para órgão. Estudou no renomado Institut National des Jeunes Aveugles (um liceu para alunos cegos) e no Conservatório de Paris onde, sob a orientação de César Franck. Foi o organista titular da Catedral de Notre Dame, o que lhe rendeu inúmeros convites para tocar ao redor do mundo. Também escreveu muito música e é uma referência absoluta para o instrumento, o que torna esse lançamento da Naxos ainda mais interessante, pois podemos conhecer um lado menos explorado de Vierne: sua música para piano.
Em 1914, uma amiga o convidou para passar o verão em La Rochelle, cidade costeira na França, e foi nesse período que produziu os primeiros seis do que se tornariam os “12 Préludes” – os demais da série, foram finalizados no ano seguinte. Dedicado a pintora francesa Marie Bracquemond, cada peça tem um título evocativo e a escrita deve muito ao estilo prelúdio romântico defendido por Chopin. O disco ainda traz “Solitute” e “Airs sa danse”.
A gravação fica ainda mais especial pelo intérprete: o carioca Sergio Monteiro. Artista Steinway, já gravou inúmeros títulos para Naxos e esse é o segundo álbum que registra a música de Louis Vierne. Sergio alcançou um feito incrível de milhões de streamings no Spotify, sobretudo com a obra de outro brasileiro, Henrique Oswald.
Desde 2003 quando recebeu o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional de Piano Martha Argerich (Buenos Aires) tem se apresentado ao redor do mundo. Entre outras atividades é diretor do Curso de Piano da Wanda Bass School of Music at Oklahoma City University.

Louis Vierne will always be best remembered as one France’s most outstanding organ composers, but his piano works are part of a significant wider oeuvre and notable for their colourful and inspired inventiveness. Each of the Douze Préludes carries an evocative title in music filled with the pain and tumult of war and loss, while the epitaphs in Solitude were composed shortly after the deaths of Vierne’s brother and eldest son. Including recently published manuscripts, this is the second of two albums covering repertoire that deserves a place in the pantheon of French piano music.