Mário Tavares

Livre da envergadura quase romanesca, livre ainda da obrigação do anonimato imparcial, o autor arrisca-se na exposição máxima de si e dos outros nestas peças ágeis, de diálogo vivíssimo e observação precisa - portanto impiedosa e compassiva ao mesmo tempo - , nas quais personagens e situações se revelam com extrema limpidez, beirando o ficcional, pouco importa quem sejam: o próprio Capote em agruras de vária ordem, uma velha dama caribenha ou uma dona de botequim em New Orleans, um caso de assassinatos em série no meio-oeste americano ou um velório na companhia de Marilyn Monroe.