Plural

É o próprio José Milton Vieira, músico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, que explica a origem deste álbum. “Ao ouvir os Choros nº 10 de Villa-Lobos pela primeira vez, fiquei impressionado com quantidade de elementos típicos da música brasileira que foram levados ao contexto sinfônico”, ele conta. Na faculdade, aprofundou-se nessa mistura. “E por isso escolhi chamar esse trabalho de Plural, como representação da multiplicidade de estilo de obras que compõe seu repertório. É um impulso da música de concerto em direção a elementos do popular”, completa. Nesse sentido, as peças não poderiam ter sido melhor escolhidas. A começar pelo Ziriguidum: concerto para trombone e piano, que Arthur Barbosa escreveu para Vieira, evocando o samba e o choro; ou então por Is my shoe still blue, do austríaco Christian Muthspiel, que a partir do blues mostra como explodir os limites entre o popular e o erudito não foi apenas prática brasileira. O disco tem ainda as peças Serra de tremitação, de Diego Faskner Silveira, Do vento ao toque, de Douglas Gutjahr, Modinha de infância, de Fernando Deddos e Sonatina para trombone e piano, de Rodrigo Lima – quatro representantes da nova geração de compositores brasileiros.