Strangers in Paradise

A violinista ucraniana Diana Tishchenko provocou sensação na crítica e no público ao vencer, em 2018, o Concurso Long-Thibaud-Crespin, em Paris. Na imprensa, falava-se em um início promissor – e que se cumpre já neste seu primeiro disco para o selo Warner Classics, em que ela interpreta três obras marcantes da primeira metade do século XX. Há, entre a Sonata nº 2 de Ravel e a Sonata nº 3 de Enescu, alguns pontos de contato. O compositor francês absorve, em sua escrita, elementos do jazz, assim como Enescu faz uso de elementos do folclore romeno em sua peça. Em ambos os casos, no entanto, a inspiração é apenas o ponto de partida para obras de enorme riqueza técnica e sonora, que Tishchenko recria com enorme energia e inteligência musical. Já na Sonata nº 1 de Prokofiev, chama atenção o modo como a violinista e o pianista Zoltán Fejérvári exploram os coloridos sombrios de uma das mais dramáticas peças do compositor, estreada em 1947. Prokofiev falava que o primeiro movimento soava como o vento passando por um cemitério: e a leitura dos artistas parece nos fazer sentir o frio na pele.

Gramophone Magazine December 2019
"I’m hearing a genuinely distinctive, individual voice which is far from eccentric. The disc opens with Ravel’s Second Violin Sonata, which instantly grabs attention with its beauty of tone, polish and range of colours...The folk-reminiscent exoticism of Enescu’s Sonata No 3 is another perfect vehicle for Tishchenko’s dramatic predilections and vast colouristic palette."