Vigor Criativo: Villa-Lobos em seu último período

A obra de Villa-Lobos é rica e extensa; na mesma proporção é o desconhecimento que temos das entranhas de seus processos criativos e técnicas composicionais. Mas felizmente, nos últimos anos, vários músicos que também atuam no campo da musicologia têm dedicado relevante tempo de pesquisa para a compreensão da obra deste que é uma estrela maior do firmamento musical brasileiro. O mais recente título desta safra é Vigor criativo: Villa-Lobos em seu último período - análise de "Fantasia" em três movimentos em forma de choros (1958), do clarinetista e professor José Ivo da Silva. Ao focar o que tradicionalmente se considera a última fase da carreira criativa de Villa-Lobos - isto é, os últimos quatorze anos de vida - , o autor elege a Fantasia em três movimentos (obra encomendada pela American Wind Symphony Orchestra) como símbolo da produção. O trabalho passa pela contextualização dessa fase do compositor brasileiro e, em seguida, procede à análise da obra em duas etapas: a primeira tem o foco direcionado para os termos "fantasia" e "forma de choros", sugeridos no título; e a segunda etapa é a análise dos procedimentos e técnicas composicionais utilizados por Villa-Lobos na obra, como as escalas musicais e as combinações de textura de sua partitura.